Uma Nova Super Tarefa para Carlos Dias. Voltar no Tempo e Ser Coach de Si Mesmo
Convidamos Carlos Dias para uma nova jornada. Desta vez ele não vai atravessar desertos nem realizar longas corridas por montanhas. Nosso pedido, aqui, foi que Carlos voltasse um pouco no tempo e, como coach de si mesmo, preparasse o grande atleta que hoje ele é.
Nesta primeira etapa, dentro de outras que poderemos contar com sua experiência, Carlos nos dá uma visão geral de como todos nós nascemos prontos para grandes desafios e porque, com o passar do tempo, a não ser que se encontre esse “rebelde” corredor interior, podemos parar no tempo, deixando que a vida dite o nosso ritmo, deixando de explorar novos padrões além do imaginado.
O início: Todos Nascemos Exploradores
Desde quando começamos a nos movimentar nos esforçamos primeiramente para engatinhar, depois andar, e logo começamos a correr pela casa ou pelo quintal. Esse processo nos leva a conhecer melhor o ambiente e a nós mesmos.
Os nossos primeiros limitadores nesse processo visceral de busca por novos caminhos são os nossos pais, pois eles, por instinto, sentem o medo de acontecer um acidente. Assim, nos orientam a ir mais devagar, com mais atenção, ou simplesmente a não correr pela casa.
Crescemos e a escola se torna outro ponto limitador dessa vontade orgânica de correr por corredores longos. Assim começamos a andar em fila e de forma bem organizada. Mais à frente, para os homens que vão para as Forças Armadas, “correr” se torna um trabalho árduo, pois os soldados se movimentam vestindo roupas e botas pesadas, expostos ao sol ou a chuva, carregando equipamentos, também pesados, e recebendo ordens a todo minuto.
Com isso, em sua maioria, as pessoas perdem o prazer de correr livremente, por onde quer que seja. Chegamos ao ponto de, muitas vezes, ter o pensamento: por que correr?
A Redescoberta: Somos todos corredores
Quando redescobrimos esse prazer, a sensação é de resgate da infância e da espontaneidade. Nos tornamos corredores, cheios de vontade de compartilhar com o mundo esse sentimento tão incrível.
Fazendo um paralelo, os primeiros passos de um ultramaratonista são o redescobrimento do mundo externo e interno.
O ser humano, em sua maioria, vive entre temperaturas máximas de 30 e mínimas de -10ºC e altitudes máximas de 1.800 metros acima do nível do mar, até 300 metros abaixo do nível do mar.
Quem vive acima de 1800 metros acima do nível do mar ou em temperaturas acima de 50Cº (ou – 40Cº) são considerados povos adaptados, como os beduínos no deserto do Sahara,os Xerpas no Nepal ou até mesmo os índios amazônicos e os esquimós do Polo Norte.
O ultramaratonista, não vence apenas a distância: ele vence cada passo. Trata-se de um processo de adaptação física e mental durante alguns anos de sua vida, para superar desafios longos e muitas vezes em lugares extremos.
O atleta, para ser um ultramaratonista de sucesso, deve enfrentar longas distâncias e ambientes extremos se comparados ao nosso cotidiano. Terá que passar por adaptações dia a dia. Deve respeitar todo o processo de aprendizagem, passando pela escolinha, indo para o colégio, a graduação na universidade e chegar à pós-graduação e ainda assim buscar o pós-doutorado, sem jamais parar de estudar a si mesmo e ao ambiente.
Este crescimento significa primeiro correr 5, 10, 15, 21, até os 42.195 metros de uma maratona e, finalmente, após uma vivência – onde se estimula o autoconhecimento e o conhecimento do meio – buscar 100 km, 250 km e ir além do padrão, sempre com um respeito ainda maior ao corpo, ao ambiente e aos seres humanos que estão ao seu redor.
Carlos Dias é atleta patrocinado Movement
Sobre CARLOS DIAS
Formado em administração de empresas e pós-graduado em psicologia organizacional - RH. Foi eleito Super Humano pelo Canal The History Channel e tem dois recordes homologados no livro dos recordes brasileiro (www.rankbrasil.com.br). É organizador de corridas, clínicas de corrida e palestrante. Tem participado de ultra maratonas e desafios ao redor do planeta.
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