Judô: Muito de Condicionamento Físico e Muito de Filosofia de Vida
Quando decidi colaborar para a body.mag, foi por perceber que a revista tem um enfoque muito humano no que se refere às práticas esportivas, sem deixar de lado aspectos fundamentais como a visão de nutrição e mesmo o lado competitivo.
Na minha especialidade, o Judô, notei que teria muito para contribuir. Não só porque já pratico o esporte faz 11 anos e estou caminhando para o segundo Dan, mas porque, além do lado técnico que domino, existe um lado pessoal que não pode ser separado deste esporte.
Judô que, em Japonês, quer dizer caminho suave, não é somente um esporte, mas uma filosofia de vida. Não é por acaso que o primeiro ensinamento do Judô é como aprender a cair (ukemi). Uma vez que o (ou a) judoka aprende a cair, se sente seguro, aberto a aprender novas técnicas e, com isso, preparado para a evolução do seu Judô.
A luta se inicia em pé, onde os judokas tentam aplicar a queda em seu oponente buscando o ippon, pontuação máxima. Se o golpe não for preciso, o judoka tentará finalizar a luta através de técnicas de estrangulamento e chaves de braço no tatame (solo, tapete). Sim, no Judô, exercitamos muito técnicas de solo (newaza), como no jiu-jitsu. Não irei me ater hoje à terminologia deste universo, mas em seus benefícios físicos e mentais.
Um de meus Senseis (professor em japonês), diz que o que se faz no tatame, se faz fora dele. Não é para cair, mas, se cair, levante e comece novamente. A vida é assim, não? Impossível sair de um treino sem levar algum aprendizado para a vida. Quer um exemplo? Uma vez que conseguir a pegada, não solte, trabalhe em cima disso. Então, quando achar a sua “pegada” na vida, vá em frente, você está no caminho certo
Ahhh sim, a pegada no Judô! Para derrubar o oponente, é preciso ter “pegada”, (kumi-kata) segurar na manga e gola com o objetivo de desequilibrá-lo e, finalmente, aplicar o golpe.
No judô, usamos a força do oponente em benefício próprio, mínimo de força para máxima eficiência. Com isso desenvolvemos atleticamente o nosso corpo, agilidade, equilíbrio, velocidade, coordenação e flexibilidade. Aqui é condicionamento físico, mesmo! Estamos falando de uma queima de 800 calorias em apenas uma aula de uma hora e meia!
Mas esta acaba sendo apenas uma parte do processo, pois para podermos conseguir resultados cada vez melhores, outros aspectos acabam sendo impactados em nossa mente, como uma maior disciplina, a capacidade de analisar a realidade e um fortalecimento da nossa parte espiritual.
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