Começo esse artigo com essa “pegadinha” do novo método para chamar a atenção e colocarmos a sociedade para pensar no que quer para si: um minuto de exercício, vale? E uma vez por semana? Que tal três vezes ao dia? Ou três vezes por semana? 15 minutos por dia? 1 minuto? Quanto tempo de exercício fazer?
Sempre foi discutida a real necessidade de exercícios/atividades físicas em termos de duração, frequência, intensidade, formato, etc. A busca por minutos preciosos no ultra-acelerado dia a dia, somada à falta de capacidade de pensarmos modelos de atividades físicas que não sejam tão chatos, tornou essa necessidade de encurtar o tempo, praticamente, em uma obsessão.
Se formos pensar fora da caixinha, estamos tentando empurrar o exercício goela abaixo da sociedade, num formato chato, que dói, que faz as pessoas suar, que não é agradável, são incompreensíveis para quem as pratica e que, ao final, podem não dar resultado, pois as pessoas não conseguem permanecer tempo suficiente praticando. Assim, ficamos buscando soluções para que a atividade física não dure muito, ou que possamos nos livrar dela o mais rápido possível.
Uma atividade para toda a vida!
Quando me perguntam “quanto tempo de exercício preciso fazer?”; eu respondo: “mais ou menos o tempo de sua vida”.
Sim, é necessário fazer exercícios a vida toda. E quando penso em exercícios, penso em movimentos, que não necessariamente precisam ser dentro da academia ou com roupa de ginástica. Pode ser no trabalho – quando existe alguma demanda física acima da sua média normal de vida – pode ser nos seus deslocamentos, e pode ser também na academia, clube, parque, etc.
Uma atividade para toda a vida!
Pense comigo: quando você está fazendo algo que agrada, diverte ou gera uma sensação boa – como, por exemplo, sair para namorar, divertir-se com seus filhos, viajar, fazer um churrasco com os amigos – você está preocupado se esse tempo será o mais curto e rápido possível? Ou gostaria de poder fazer as coisas que são bacanas para você, por mais tempo, mais vezes e até com mais calma? E quando vai para o exercício, já reparou que você quer fazer o oposto?
Vou tentar, aqui, tranquilizá-lo: o problema não está em você, pode ter certeza disso! O problema está em tentarem empurrar atividades que você não entende. Quando não entendemos bem algo que precisamos fazer, e ainda com alguém “mandando” você fazer, a atividade fica chata, cansativa, desmotivante. Portanto, dou a você toda razão em preferir não fazer nada e ser sedentário, uma vez que aquilo empurrado goela abaixo, dói, cansa, faz suar, é chato, repetitivo, deixa dolorido e não traz resultado, se não tiver muitas “doses” do mesmo.
Fazer atividade física pode ser a diferença entre você ter que passar algum tempo de sua vida no hospital, ou se divertindo. Pode fazer a diferença entre você assistir uma Copa do mundo a mais em sua vida, ou não. Pode ser a diferença entre você conhecer seu netinho, ou não conhecê-lo.
O tanto que a atividade física pode mudar sua vida tem um valor imensurável. Mas, para que a atividade física possa gerar todo esse valor, você precisa ser regular, ao longo de toda sua vida. O grande segredo para fazer algo de maneira regular ao longo de tanto tempo é tornar a atividade física agradável e não “menos pior”. É pensar em transformar a experiência do exercício em compreensível e prazerosa.
Como isso é possível?
Como fazer isso? Os profissionais de ponta do mercado de atividade física estão fazendo isso de maneira inteligentíssima. Tornando o exercício amigável (em inglês, user-friendly), com uso de conteúdo, psicologia, comunicação, marketing, gestão inteligente e, principalmente, pensando em pessoas antes de técnicas.
Questione-se: você sente dificuldade em começar um programa de atividade física e manter-se nele? E você que já pratica? Sua atividade é prazerosa e você tem vontade de fazer durante um tempão ou quer acabar logo para se livrar rápido?
Então, como esta é minha área de estudo e atuação, onde sou especialista, eu posso afirmar: é possível fazer com que TODOS sintam vontade de fazer exercício. Basta adaptar a atividade para as pessoas e não as pessoas para a atividade. O que não é possível é querer que você faça algo que não goste, de maneira obrigada e que – provado cientificamente – não gera resultado consistente.
Quando os profissionais são especialistas em pessoas, principalmente naquelas que têm dificuldade de começar e manter a rotina de exercícios (elas representam mais de 90% da população mundial), os resultados conseguidos em termos de conversão são absolutamente incríveis.
Já, enquanto seguirmos estudando apenas a técnica de treinamento, pensando em efetividade numérica pura e simplesmente pela fisiologia, que seria a ideal do corpo – e como se as pessoas fossem máquinas –, nada se conseguirá.
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