Diversas dúvidas sobre o consumo do leite de vaca ainda rondam os consumidores. Muitas pessoas ainda confundem a lactose, que é o açúcar do leite, com a proteína. Nesse caso, é comum o conflito de informações sobre a intolerância à lactose e da alergia à proteína do leite, como a caseína, alfa-lactoalbumina e a beta-lactoglobulina. É o que explica a nutricionista Priscila Bergamin. “Primeiro é preciso esclarecer que a alergia à lactose não existe, visto que alergia é uma reação à proteína e a lactose é um açúcar”, detalha ela.
De acordo com a especialista, a intolerância é decorrente da dificuldade do organismo em digerir a lactose, açúcar presente no leite, devido à redução ou ausência da lactase – enzima que a digere. Entre os principais sintomas estão problemas gastrointestinais, como cólicas, gases, desconforto abdominal e diarreia, que podem ser apresentados logo após a ingestão de produtos com lactose. No entanto, há um nível de intolerância à lactose individual de cada pessoa.
Já a alergia à proteína do leite é uma doença quase que exclusiva em crianças e promove sintomas diferentes dos apresentados aos intolerantes à lactose. Neste caso, o sistema de defesa reconhece a proteína como uma substância estranha e desencadeia uma série de reações alérgicas, como problemas de pele, respiratórios e gastrointestinais.
Segundo a nutricionista, após a consulta com um profissional médico e o diagnóstico correto, é necessário a exclusão de todos os alimentos que contenham proteínas do leite de vaca.
Para o diagnóstico correto, é necessária a observação dos sintomas associados à ingestão de produtos sem lactose, no caso dos intolerantes. Ou seja, se a troca de lácteos e derivados comuns por produtos sem lactose, resolver os sintomas há um indício, de que existe a intolerância. Já quando se trata de alergia, é preciso excluir alimentos com as proteínas do leite e o teste de provocação oral, solicitado por um especialista.
Consumo de leite e seus derivado
O acesso a produtos sem lactose, tais como leite UHT, iogurtes, queijos e demais derivados como requeijão e creme de leite aumentou nos últimos anos. Atualmente, os intolerantes à lactose possuem diversas opções para incluir em sua alimentação. Produtos sem lactose são 100% livres do açúcar do leite e assim, podem ser consumidos sem restrição.
Já os alérgicos à proteína do leite não podem fazer o uso destes produtos, justamente por se tratar de uma doença que limita o consumo de derivados do leite de vaca.
“Encontramos hoje diferentes tipos de produtos como a linha LacFree, que agradam todos os paladares e faz com que o intolerante continue consumindo alimentos que gosta, de forma saudável e sem os desagradáveis sintomas comuns a produtos com lactose”, ressalta a Priscila.
A exclusão do leite da alimentação em função da intolerância já não é necessária e pode contribuir com a deficiência de nutrientes, uma vez que o leite e seus derivados são ótimas fontes de proteínas, vitaminas, cálcio e outros minerais. “É importante ressaltar o papel essencial do cálcio, responsável pela formação dos ossos, construção muscular, crescimentos e desenvolvimento, principalmente quando falamos da alimentação infantil”, explica.
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